Os carros elétricos estão ganhando maior visibilidade a cada ano que passa, mas, será que esse cenário é realmente promissor no Brasil e no mundo? Acompanhe e veja nesse artigo a resposta para essa questão.
Os carros elétricos já são uma realidade em muitos países, inclusive no Brasil.
Que apesar de ainda contar com poucos modelos disponíveis, sendo que a maioria deles são híbridos, e raros postos de abastecimento, dispõe de um imenso potencial para que esse cenário mude de maneira bem rápida.
Segundo a Agência Internacional de Energia, apenas em 2017 a venda de veículos elétricos e híbridos superou a marca de 1,1 milhão de exemplares no mundo todo.
Em 2018 foi registrado um crescimento de 65% neste setor e os números tendem a ser muito mais interessantes para os próximos anos.
No entanto, para que isso aconteça no Brasil igualmente ao que vem ocorrendo no resto do mundo, é preciso que exista um maior incentivo fiscal por parte do governo para a produção e compra desses veículos.
Além de ser necessário investir mais na logística de transportes e infraestrutura necessária.
Neste artigo, falaremos melhor do cenário dos carros elétricos no Brasil, mostrando como ele tem se comportado nos últimos anos e quais são as prospecções para um futuro próximo.
Cenário dos carros elétricos no Brasil
No ano de 2017 foram comercializados 3.296 carros híbridos, movidos a energia elétrica e combustão no Brasil.
Esse número refere-se a apenas 0,15% dos 2.239 milhões veículos desse mesmo modelo vendidos no mundo.
Apenas início do ano de 2018, houve um crescimento de cerca de 65% dessa frota no país, elevando o número de carros híbridos para 8.500.
Um crescimento considerável apesar de ainda pequeno, uma vez que essa quantidade representa apenas 0,02% de todos os mais de 43 milhões de veículos circulantes no Brasil.
Enquanto no Brasil as vendas chegaram a 8.500 modelos, a frota mundial de veículos elétricos e híbridos chegou à marca de 3,2 milhões de veículos.
Sendo que destes veículos, cerca de 1,2 milhão estão localizados apenas na China.
Isso mostra de uma maneira muito clara que, o que ainda impede o crescimento da comercialização desses veículos no país é o baixo investimento em infraestrutura e a falta de incentivo fiscal.
Uma vez que esses veículos tendem a ser mais caros que os modelos comuns, movidos a motores a combustão e, consequentemente contam com taxas e impostos maiores.
Tornando seus valores de compras muito mais alto do que a maioria dos brasileiros pode pagar.
Ou seja, mesmo as montadoras oferecendo um número interessante de veículos híbridos, essas condições relacionadas ao preço, fazem com que o consumidor final ainda não está disposto a investir neles.
Como as montadoras se comportam em relação aos modelos híbridos?
Esses números fazem com que grandes montadoras como a Hyundai tenham um certo receio em investir nessa tecnologia no Brasil.
No entanto, através de uma outra ótica, montadoras como a Volkswagen e a Nissan estão animadas com as possibilidades de comercializar veículos que possuam menores índices poluentes e sejam então capazes de preservar o meio ambiente.
Se o programa Rota-2030, que prevê incentivo fiscal para os carros elétricos, contasse com definições mais claras sobre o assunto provavelmente esse cenário seria bem diferente nos dias de hoje.
Os primeiros investimentos feitos pelo governo federal através do programa foram a redução da alíquota do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado), que passou de 25% a 7%.
Com essa nova redução, mais montadoras se sentiram aptas a investir nessa tecnologia produzindo ou mesmo importando carros elétricos.
Nos próximos dois anos empresas como a Volvo, a Chevrolet, a Toyota e a Renault pretendem investir mais no setor brasileiro.
O crescimento desse setor é visível, apesar de lento.
E a tendência é que ele se torne cada vez maior e mais sensível. Já existem medidas criadas para tornar essa realidade cada vez mais próxima.
Impulsionando o mercado de carros elétricos no Brasil. No ano de 2015 o governo federal reduziu os impostos de importação de carros elétricos de 35% a 7%.
Além disso, nos estados do Rio de Janeiro, Ceará, São Paulo e Rio Grande do Sul, os carros elétricos ganham isenção de IPVA.
Perspectivas para os carros elétricos no Brasil nos próximos anos
Ainda em 2017, segundo o DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito, haviam cerca de 93 milhões de veículos circulando pelo país, e as perspectivas eram de que, até 2050 a frota circulante chegasse à impressionante marca de 130 milhões de veículos.
Isso considerando apenas os veículos leves e individuais.
Toda essa expansão obviamente não vem sem um preço, com o aumento do número de veículos, o crescimento dos congestionamentos e da emissão de poluentes no meio ambiente também será uma realidade.
E, é com base nessa prospecção que o governo vem considerando investir ainda mais nos modelos elétricos e híbridos.
No entanto, mesmo com todo o empenho e os investimentos de órgãos como a ABVE – Associação Brasileira do Veículo Elétrico, as expectativas para o Brasil ainda são pequenas quando o assunto são carros elétricos.
Segundo o Ricardo Guggisberg, presidente executivo da ABVE, ainda em 2017 a espera era que, até 2020 houvessem entre 30 e 40 mil veículos híbridos e/ou elétricos circulando no país.
Mas atualmente, as chances desse número ser atingido são pequenas.
Não existem ainda números mais atuais de vendas no Brasil de modelos elétricos e híbridos.
Mas é possível perceber que as montadoras se mantêm confiantes na inserção desse modelo no mercado mundial e esperam que com os incentivos corretos, previstos para o projeto Rota 2030, o mercado se expanda rapidamente.
Conheça o VE – Programa Veículo Elétrico
O programa Veículo Elétrico, foi criado em 2006, baseado em uma parceria entre as hidrelétricas Itaipu Binacional e KWO – Kraftwerke Oberhasli AG, responsável pelas empresas do setor na Suíça.
Seu surgimento se deu para que novas pesquisas sobre carros elétricos sejam feitas, a fim de encontrar alternativas cada vez mais viáveis e econômicas de abastecimento.
Outro objetivo do programa é reduzir o impacto ambiental que energias como a gasolina e o etanol promovem.
O projeto até hoje já viabilizou o desenvolvimento de mais de 80 protótipos de carros elétricos através do seu centro de pesquisas instalado em Itaipu, o CPDM-VE – Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Montagem de Veículos Elétricos.
Com essa iniciativa foi possível produzir, em parceria com a Fiat, o Palio Weekend em uma versão elétrica que possui uma capacidade de autonomia de 100 quilômetros e é capaz de atingir uma velocidade de até 110 km/h, com uma bateria que pode ser recarregada em 8 horas.
Mercado nacional e internacional dos carros elétricos
Mesmo com um crescimento considerável em um curto período, os carros elétricos infelizmente, ainda estão disponíveis no Brasil para uma pequena parte da população.
Isso se deve ao alto custo de aquisição desses veículos e as políticas energéticas que ainda dominam o setor.
Já na Europa o quadro é outro, devido ao forte interesse na preservação do meio ambiente, os governos estão investindo de maneira intensa em incentivos de produção dos carros elétricos.
A França é um bom exemplo disso, o governo já estabeleceu que a partir de 2040, não serão mais vendidos carros a gasolina e diesel, assim como já não são mais comercializados os veículos movidos a etanol.
O Reino Unido segue pelo mesmo caminho e já disse que pretende encerrar com a comercialização de veículos novos e vans movidas a gasolina ou diesel até o ano de 2040.
Tudo isso para que os níveis de dióxido de nitrogênio sejam reduzidos.
A China que também segue pelo mesmo caminho, porém com uma tática diferente, apresentou um crescimento impressionante nos últimos tempos.
Com a intenção de melhorar a preservação ambiental urgentemente, o país decretou que 10% de toda a frota comercializada a partir de 2019, deveria ser elétrica ou híbrida.
E com isso, a China atingiu a marca de veículos elétricos e híbridos mencionada no começo do artigo.
Outro dos fatores que favorecem a concretização dessa realidade, é a vontade das montadoras de investir nesse ramo.
A Volkswagen, por exemplo, possui planos de dedicar mais de £ 50 bilhões no desenvolvimento de carros elétricos.
Assim como a Toyota tem a intenção de vender 5,5 milhões de unidades por ano, do modelo até o ano de 2030.
Potencial do mercado brasileiro
É inegável que o Brasil seja um país de imenso potencial no setor. De acordo com uma pesquisa feita pela FGV Energia em parceria com a Accenture Strategy, empresa de consultoria, o país tem um potencial para comercializar mais 150 mil veículos por ano.
Apesar dessa prospecção, apenas 3.296 híbridos e elétricos foram comercializados no ano de 2017 no Brasil.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, esse número ainda é ínfimo perto da capacidade atual de comercializar 2.239 milhões de unidades.
O grande problema atual que envolve o comércio desses veículos é o preço de venda deles, que ainda é muito alto em relação aos veículos de combustão comum.
O valor da bateria, por exemplo, chega a ser 50% do valor do veículo.
No entanto, nesse ano de 2018 começa a vigorar o projeto Rota-2030, que a redução de imposto IPI, que passará de 25% para 7% nos carros elétricos.
Facilitando assim o comércio desses modelos.
Estimativas globais para os carros elétricos
De acordo com prospecções, estima-se que a frota de carros elétricos mundial chegue a 13 milhões de unidades no ano de 2020.
Um imenso salto em comparação com o ano de 2011 que foram vendidas apenas 50 unidades.
A quantidade de postos de abastecimento para carros elétricos também deve aumentar.
Além disso, nos próximos anos os números deverão ser impulsionados graças às políticas que restringem o comércio de carros movidos a combustão.
Entre todos os países que possuem planos de restringir esse comércio, a Noruega é o que possui um prazo menor.
O objetivo do país é emplacar apenas os carros elétricos a partir do ano de 2025.
Seguro auto para carros elétricos
Como a realidade dos carros elétricos já existe no país, o mercado de seguros também já se adaptou à nova realidade.
Existem diversas empresas de seguro no Brasil que já atendem carros elétricos, com coberturas iguais às oferecidas para veículos de combustão, além das adicionais disponíveis a todos os modelos.
A diferença do seguro auto para os carros elétricos é de fato o valor do serviço.
Afinal, são poucos os profissionais realmente capacitados para atender esse tipo de veículo, além disso, a peças são difíceis de serem encontradas, e caras para serem adquiridas.
Como foi possível observar neste artigo, apesar das perspectivas para o cenário dos carros elétricos no Brasil e no mundo serem muito positivas, o crescimento dessa frota ainda é lento, especialmente aqui no país.
Onde as taxas embutidas nesse tipo de produto são exorbitantes.
As informações atuais sobre essa expansão são um tanto confusas e, por vezes contraditórias, mas é possível entender que com os incentivos ficais prometidos pelo governo e o empenho de órgãos do setor, em alguns anos, os carros elétricos serão uma realidade para a maioria dos brasileiros.
Atualmente, eles já fazem parte do dia a dia muitas pessoas por aqui e, a tendência é que esse número aumente gradativamente.
Com o aumento dos veículos comercializados, os postos de abastecimentos também serão maiores e consequentemente os valores começaram a ser mais baixos.
Em poucos anos essa será uma realidade de um número muito maior de pessoas.